No final da peça do Fantasma da Ópera me peguei muito chateada, eu escolheria o fantasma! Vocês podem estar perguntando o por quê? Umas diriam que ele é mal, outras que é estranho, outras que não é bonito, outras que não é real... Umas diriam que é muito obsessivo, outras que é obscuro, algumas diriam ainda, que ele tem um defeito facial que não daria para aceitar. Algumas prefeririam o conde, loiro, alto, rico e de olhos azuis... Eu ainda escolheria o fantasma...
Quantas de nós reclamam do futebol, da cerveja, das olhadas na rua. Quantas de nós olhamos ansiosas para o telefone que teima em não tocar. Quantas vezes nos mostramos fortes, quando o que mais queríamos era desabar. Quantas vezes fingimos uma indiferença que não existia, quantas vezes gostaríamos de não dar tanta importância, quantas vezes já pensamos em voltar atrás... Eu escolheria o fantasma...
Com o passar do tempo, observamos que toda paixão acaba, que os desejos do outro não são mais os mesmos que os nossos, que os nossos desejos já não tem a mesma importância. O príncipe é lindo, te ama e te jura que vai te proteger proteger pelo resto da vida (" to guide you and to guard you"), mas acredito que o conceito de tempo para os homens tem um significado um pouco reduzido... Eu escolheria o fantasma...
Ninguém é perfeito, mas em meio a um mundo tão individualista, frio, distante, eu escolheria o amor. Aquele incondicional. aquele altruísta, quem viu a peça sabe que o fantasma ensina a mocinha a cantar, transforma ela numa estrela e em troca só quer o amor dela. Só que mortal como nós, ela escolhe um príncipe. O fantasma reivindica, luta por ela, mas deixa a mocinha ir embora com o seu galã. Ele abdica da própria felicidade, pela felicidade dela... Precisa dizer mais alguma coisas? Eu escolheria o fantasma

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